O desafio
A empresa cliente, do ramo de exploração e beneficiamento de minério de ferro, atuando no Brasil central, do desenvolve projeto que consiste na construção de um terminal de uso privativo (TUP), com capacidade de 3 milhões de toneladas para escoar o minério de ferro produzido pela empresa. Para iniciar a construção do terminal, a empresa precisava de uma avaliação das alternativas de abastecimento de água disponíveis no local, não servido por rede pública, a fim de atender a demanda prevista para a obra e pelo projeto completo.
O termo de referência previa o estudo de 3 alternativas de abastecimento:
- Aproveitamento de águas superficiais do córrego que corta a área do projeto, contemplando avaliação da disponibilidade hídrica superficial, dimensionamento de reservatório para regularização da vazão, análise qualitativa e opções de tratamento para adequação ao uso;
- A utilização de águas de chuva para umectação das pilhas de minério, que inclui análise do regime pluviométrico, dimensionamento da área de captação e reservatórios de regularização;
- Aproveitamento de águas subterrâneas, contemplando local, quantidade e projeto dos poços a serem perfurados, assim como estimativa de produção e qualidade da água.
A estratégia
Adotou-se a estratégia de se desenvolver um anteprojeto para as principais opções e ao final compara-las nos quesitos técnico e de investimento. Iniciou-se o projeto com o levantamento de dados e a realização do estudo hidrológico na região do terminal, com consistência de dados pluviométricos. Diante da inexistência de dados de vazão do córrego que corta a área utilizou-se um modelo hidrológico de transformação chuva x vazão para gerar uma série fluviométrica de 70 anos. A análise estatística da série permitiu a obtenção das vazões de referência do córrego e o dimensionamento do reservatório de regularização. A análise da qualidade da água indicou o nível de tratamento necessário para sua utilização no projeto.
A análise da série de dados pluviométricos em conjunto com o projeto do terminal possibilitou a análise de viabilidade de utilização de agua de chuva e dimensionamento das cisternas para utilização na umectação das pilhas de minério, utilizando a série de 70 anos para uma simulação de operação real.
Em paralelo executou-se a avaliação hidro geológica da região, composto do estudo de águas subterrâneas que analisou o perfil estratigráfico da região, confrontando-o com dados hidrodinâmicos de poços existentes na região que permitiu a criação de duas secções geológicas-estratigráficas convergindo para a área do terminal. Utilizando-se dos dados das sondagens realizadas previamente no terreno elaborou-se um mapa de produtividade de água para cada aquífero presente na região e um anteprojeto do poço a ser executado para cada aquífero.
Os produtos
O resultado de estudo foi uma avaliação minuciosa de cada uma das alternativas de abastecimento, interligados por uma matriz de decisão alimentada com a capacidade de abastecimento, tamanho de reservatório e limitações de cada opção analisada. A matriz de decisão permitiu à empresa decidir com segurança qual a melhor relação custo/benefício de abastecimento de água para seu novo terminal portuário. Opção feita, todos os cálculos hidrológicos e os pré-dimensionamento de engenharia estavam prontos, possibilitando o avanço dos projetos executivos e a busca pelas licenças e outorgas necessárias.